07 novembro 2011

LINGUAGEM INCLUSIVA, ou “VERBORRÉIA POLÍTICA”

Este expressar é um dos aspectos da “onda politicamente correta” que, a partir do último quarto do século passado e tendo como centro irradiador o meio universitário americano, passou a tentar mudar a linguagem como uma forma de mascarar problemas que não conseguia resolver na realidade.

A denominada “linguagem inclusiva” tem até um princípio de aparato legal a protegê-lo, tornando seu uso obrigatório em algumas esferas da administração pública.

Neste contexto populista, “de moda” - até válido em sua proposta maior de “igualdade de direitos e obrigações” - há porém propostas que atropelam/deturpam o vernáculo. E até criam situações/expressões ridículas, como aquela do referir os carecas como “capilarmente desprovidos” ou “deficientes capilares”.

Seguidamente ouço, até em contexto acadêmico, os cumprimentos dirigidos a TODOS E TODAS.  
Todos e todas, bem sabemos, são pronomes indefinidos. O principal pronome de tratamento, consagrado universalmente, que as pessoas devem usar como necessária manifestação de respeito - é "Senhor"/"Senhora".
Este cumprimentar “a todos e todas” seria basicamente um pleonasmo vicioso, uma redundância, por que, "todos" já inclui masculino e feminino.

Outro exemplo deste emprego errôneo/incorreto das saudações é aquele bem conhecido de BRASILEIROS E BRASILEIRAS – marca registrada do Sarney quando Presidente. E agora também sendo “enfiado goela abaixo” o termo PRESIDENTA - do latim praesidentis, particípio presente do verbo praesidere (tomar assento à frente), portanto invariável desde a origem.
Neste “caminhar capenga”, logo-logo teremos também o pleitear de emprego de termos como GERENTAS, ATENDENTAS, ADOLESCENTAS, etc.

Similar “aberração” é aquela que decorreu com o substantivo VELHICE. Começou por ceder espaço no discurso de muita gente ao eufemismo TERCEIRA IDADE e, em seguida, viu-se substituído por uma formulação francamente sem sentido: MELHOR IDADE.

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